MÃE NATUREZA
Adão Flores
É chuva torrente
Que bate... que rola... enrola... em bela enxurrada
É via de água que vai... e se esvai
Fazendo o sulco, levando a areia, os galhos... as folhas
Limpando os quintais...
E a chuva não prende, se presa não ofende... não grita... não geme
Mas a mãe natureza... não reage... se vinga
Daqueles que a humilha
Do homem que afronta, derruba, desmonta, remonta...
Ardendo seus galhos em fogo cruel...
Dizima a mata, se mata...
Destrói o sistema, das chuvas, das matas...
Das pedras, dos frutos... das flores...
Destrói os sabores, promove horrores... odores
Ainda o homem, remove, revolve, extraindo reserva de tantos minérios
Estrutura do solo... remota no tempo...
Raízes... argila, que liga... religa
Que fundem as pedras... protegem os metais...
Que bela maneira da mãe natureza
Guarda-se do homem com sua ambição
De muitas maneiras... besteiras em vão...
Destruindo estruturas, formadas no tempo... com sopro... com vento
Um mundo perpétuo, de corpos concretos... é DOM CELESTIAL
Obra prima... divina, do GRANDE ARQUITETO
Criador do Universo... das artes reais... divinais
Da corte suprema.... visões celestais...
É dádiva perene... solene
É tanta nobreza... e beleza... doada aos mortais
É chuva, é vento, que sopra ao relento... dinamisa os pulmões
Respira.... inspira, cria... recria, é vida... é amor
Que a mãe natureza dá sem cobrar... pedir pra arranjar ou ajudar
É tanta beleza, não se pode medir ou pesar
Só sentir e pedir pra se admirar
Natureza de sonhos... beleza sem par...
Das lindas matizes de cores... multicores das flores... perfumes sem fim
E o raio de sol que nela proteja... não dói... não corrói, não destrói
É o processo da vida que assim dinamisa... suavisa
Apenas ajuda... dar vida animal
Que junto com as flores, das matas... dos frutos e dos minerais
É chuva... é água que rola.... enrola, desliza molhando também os vegetais
Da vida... respira... inspira... coisas afins
És tu natureza, a mãe do universo... e dos versos, poema sem fim
Das coisas do mundo que o homem aqui... apenas achou
Não inventou, descobriu... encontrou
É um belo poema, sem tema, sem versos.... só inspiração
Baseado na chuva que ainda lá fora... demora... e cai sem cessar
Nos traz a lembrança, também a esperança... de ainda ouvir um grito tardio
Mas tu natureza, tão bela e formosa... cheirosa...
que o homem ofendeu
Não gritas, não gemes, não temes.... apenas se VINGA do homem ambição
No silencio da noite... no barulho do dia...
POREM SEM PERDÃO.
Nota do autor: Este poema foi inspirado numa tarde noite de 12 / 11 / 1985, quando chovia torrencialmente em Cuiabá/MT, e este autor observava a enxurrada que descia à Rua Cândido Mariano cruzamento com à Ricardo Franco, e pensava consigo mesmo: Como a natureza é maravilhosa! A chuva limpa o asfalto, as calçadas, purifica o ar, estimula a reprodução dos insetos, das aves, dos animais, germina as sementes....